1. Doenças, relações familiares e escravidão.
Coordenadores: Profa. Msc. Ana Carolina Cravo.
Prof. Msc. Benedito Barbosa.
Profa. Mayara Mendonça.
Doenças sempre foi objeto de investigação no campo da saúde, sobretudo
na medicina. Mas, a partir da década de 1970, o tema despertou o interesse de
historiadores, que gradativamente suscitaram pesquisas, levando em consideração
também o uso de novas fontes. Apesar do interesse historiográfico nessas áreas,
alguns temas precisam ser investidos, como os estudos voltados para a escravidão.
Nesse sentido, o presente simpósio procura investigar a relação da escravidão
negra e indígena com as doenças na intenção de aguçar a discussão e desencadear
novas pesquisas.
Deste modo, o simpósio procura agregar trabalhos que versam sobre
doenças que acometiam negros e indígenas escravizados, e como tais enfermidades
poderiam afetar o relacionamento familiar dos mesmos. Tendo em vista o gênero e
a idade, alguns males acometiam mais pesadamente uma parcela dessa população,
como as mortes em decorrência do puerpério ou ainda aquelas enfermidades
típicas dos nascituros.
Os saberes e práticas de curas utilizados por
negros(as)/indígenas e/ou para a prevenção e tratamento de escravos doentes,
igualmente agrega a experiência de escravos e/ou negros livres ou forros que
exercem trabalhos de barbeiro/sangrador, parteiras e outros ofícios no campo da
saúde, importantes para conhecer tais práticas socioculturais em um determinado
contexto da história da escravidão. Nesse sentido, as redes familiares e de
solidariedade entre escravos, livres e forros foram importantes para que os
saberes e práticas de cura e prevenção fossem repassados e utilizados na
sociedade escravista, fortalecendo e criando novos laços familiares no seio da
população. Afinal, a formação e manutenção de um núcleo familiar estão para
além dos laços consanguíneos.
2. Tráfico e redes de
comércio de escravos.
Coordenadores: Prof. Msc. Diego Pereira.
Prof. Msc. Luiz Laurindo Junior.
O presente simpósio está aberto
às pesquisas sobre o tráfico de escravos de origem africana – principal
mecanismo de reprodução da escravidão negra nas Américas – em suas diferentes
dimensões espaciais: transatlântica, interna ou local. Serão aceitos trabalhos em
diferentes fases de maturação (de projetos a pesquisas monográficas concluídas),
que abordem quaisquer questões relacionadas ao tráfico, como: redes de
traficantes; rotas e preços de escravos; agência escrava no tráfico; tráfico,
trabalho e economia escrava; história global do tráfico; tráfico e comunidade
escrava; demografia do tráfico; entre outras. Embora o foco principal do evento
esteja direcionado ao vale amazônico, entre os séculos XVII a XIX, também serão
bem-vindos trabalhos voltados a outros espaços e tempos, bem como à relação
entre o tráfico de escravos de origem africana e os múltiplos deslocamentos
forçados de indígenas na região, a fim de ampliarmos o diálogo acerca do tema.
3. Escravidão e pós-abolição: mundo do trabalho e experiências urbano/rural.
Coordenadoras: Profa. Msc. Bárbara Palha.
Profa. Roberta Tavares.
Este
GT tem o intuito de reunir trabalhos que discutam as mais diversas experiências
de sujeitos históricos, em âmbito individual e/ou coletivo, dentro do contexto
da escravidão e do pós-abolição, relacionadas ao mundo do trabalho urbano ou
rural e que possam revelar trajetórias de protagonismos, resistências e/ou
precariedades. No universo da escravidão, experimentaram o que o regime, com
todas as suas prerrogativas, estruturalmente pôde condicionar, inclusive na
relação tênue com as liberdades e autonomias. No pós-abolição, mesmo livres, suas
experiências estavam muito atreladas ao recente passado escravista e aos
desdobramentos dessa relação. Serão aceitos também trabalhos que relacionados
com os temas expostos, tratem das experiências indígenas em diálogos com a
escravidão negra nas suas alianças, conflitos e trocas que podem ou não ter
permanências no pós abolição.
4. Abolicionismos e Liberdade.
Coordenadores: Prof. Msc. Marcelo Lobo.
Profa. Viviane Frazão.
Em 2018 completam-se 130 anos da
abolição da escravidão no Brasil, os inúmeros embates promovidos por escravos e
livres durante mais de três séculos de cativeiro nas Américas contribuíram para
a crise do sistema escravista. Este simpósio busca estabelecer os possíveis
diálogos entre os processos de emancipação da escravidão, sejam coletivos ou
individuais, entre os séculos XVIII e XIX e as ações dos cativos e seus familiares,
principalmente a partir da legislação emancipacionista promovida na década de
1870 no Império Brasileiro, contudo outras transformações em sistemas
escravistas nas Américas ou no outro lado do Atlântico tiveram suas
ressonâncias no Brasil, e direta ou indiretamente criam discursos que
subsidiaram lutas por liberdade. Trabalhos que tratem do fim da escravidão Indígena
e Negra e seus aspectos legais, políticos e sociais se enquadram no pretendido
debate acerca das transformações nas sociedades escravistas e suas
contribuições para a abolição da escravidão no Brasil.
5. Ensino de História e Relações etnicorraciais.
Coordenadoras: Profa. Msc. Marley Silva.
Profa. Dra. Sidiana Macêdo.
A necessidade imperiosa do debate sobre a diversidade
cultural e racial expressas nas legislações educacionais (10.639//2003 e
11.645/2008), evidenciam que não é possível pensar História e Ensino no Brasil
sem realizar discussão sobre a questão racial. Esse simpósio pretende voltar se
para o debate das questões relativas à cultura afro-brasileira e indígena.